JOVENS & MISSÃO

Somos jovens! Somos Cristãos! Somos Missionários! Queremos ter sempre o coração e o espírito jovens, abertos e disponíveis ao mundo, à humanidade, à Missão, a Cristo. Procuramos viver na alegria, na esperança, no compromisso, no serviço. Só assim se "vive ressuscitado" com Cristo.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Levantem-se


Barbaridades

Num destes acalorados debates televisivos sobre o aborto (e cá voltamos nós!), uma senhora (médica?), num momento de emoção arrebatadora (creio eu!) na defesa do sim no referendo, chamou ao feto “uma coisa dentro da mulher”. Assim mesmo!
Essa coisa tem um nome?
Estou mesmo a ver, numa ecografia, o médico, ou médica a dizer á sua paciente “a sua coisa (ou coiso) já está bem desenvolvida”, ou “a coisa que tem no ventre…” Vocês imaginam um aberração parecida!!!???

Alguns dias antes foi alguém, partidário do não, que comparou o aborto ao holocausto Nazi. Credo! cruzes! canhoto! Onde vamos!?

Não creio que estejamos numa época de “saldos linguísticos”. Não há nada que desculpe estes atropelos à história ou à ciência: nem a “pobreza” de vocabulário da língua portuguesa, nem a ainda grande percentagem de analfabetismo em Portugal. Tenho para mim que só uma voluntária estupidez pessoal, um desrespeito refinado pelos outros, um bombardeamento da dignidade da pessoa, de qualquer pessoa, podem levar a afirmações como estas.

Defender uma vida denegrindo, espezinhando, humilhando outras, não é argumento válido, nem pode prevalecer num debate digno e respeitador da inteligência, da honra, da história, da dignidade da cada português, de cada pessoa. Nós não somos estúpidos!!!
“A glória de Deus é a pessoa de pé”! Por isso, senhores e senhoras, levantem-se e elevem a vossa linguagem. E todos ficamos a ganhar: defensores do sim, do não, mulheres que abortam ou que se sacrificam para não abortar, familiares, amigos, … a sociedade portuguesa, A PESSOA HUMANA!

 

Nova vida


"Gracias à la vida"

Obrigada Sol, por existires!
Obrigada por brilhares lá no fundo do meu horizonte, por me dares a luz que me guia!
Obrigada por me aqueceres, por dares vida, a mim e a todos os seres!
És luz que nos conduz ao longo do dia, que nos deixa ver qual o melhor caminho para seguirmos.
És tu que nos fazes distinguir o dia da noite, as luz das trevas.
Obrigada por despontares quando acordo e me acompanhares até à noitinha, onde dás lugar à tua irmã Lua.
Obrigada por seres tão belo e radiante, obrigada por seres tão esplendoroso e magnífico.
E, acima de tudo, obrigada por trazeres a luz, a alegria, o ânimo, a coragem, a ideia de que, em cada nascer de ti, em cada nascer deste Sol, é um novo dia que começa, uma nova oportunidade, um novo acontecimento, um novo rumo, uma nova meta, uma nova VIDA!
Gilda

 

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Dar as mãos


Seguir o exemplo de Jesus

“Dar as mãos”. Este foi o tema do último encontro do Fé e Missão que se reuniu, entre 26 e 28 de Janeiro, em Santarém, Coimbra e Famalicão.
Na noite de sexta-feira, vimos o filme “Molokai: a vida do Padre Damião”. Afinal, no dia 28 era o Dia Mundial dos Leprosos e se houve alguém que se entregou de corpo e alma a esta causa foi o padre Damião.
Na altura, os leprosos eram postos à margem da sociedade. Molokai era uma ilha que recebia doentes de lepra em estado avançado. Para lá iam e lá ficavam até morrerem, sem o mínimo de condições. O padre Damião foi voluntário em missão para aquela ilha. Sabia que poderia morrer de lepra, mas não quis saber. Entregou a sua missão nas mãos de Deus e fez um trabalho magnífico.
Tal como Jesus, abraçou os leprosos, comia com eles, falava-lhes de Deus e estava com eles até à sua morte. Acabou por falecer também por causa desta doença, mas até ao fim nunca deixou de lutar contra a lepra. No final, estava satisfeito. Por ter conseguido melhorar as condições de tratamento dos leprosos e por partir para junto do Pai.
No sábado tivemos a reflexão sobre o que é dar as mãos nesta sociedade. Será que nos entregamos mesmo ao amor, tal como Jesus nos pede? Com base na parábola do Bom Samaritano (Lc10, 25-37), pensámos na importância de ser missionário e de praticar o amor no nosso dia-a-dia, principalmente com aqueles que mais precisam. Pensámos também como é necessário espalharmos esta Boa Nova do Amor que Deus nos deu e o que é que temos de transformar em nós próprios para conseguirmos entregarmo-nos ao amor e dar as mãos.
Um dos pontos altos do encontro foi a acção missionária na rua. Andámos pelas ruas a fazer o peditório para a causa da lepra. Encontrámos de tudo um pouco. Pessoas que ajudaram, pessoas que queriam ajudar, mas não podiam no momento, pessoas que passavam indiferentes…
É esta indiferença, ou seja, esta falta de amor e de dar as mãos que queremos combater.
Por isso, demos as mãos a quem mais precisa!
Maia João

 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Leprosos


O mais infeliz da humanidade

Ontem, 28 de Janero, celebrou-se o dia mundial dos leprosos, instituído pela ONU a pedido de Raoul Follereau, o “apóstolo dos leprosos” do século XX.
Preocupado com a situação humilhante de milhões de doentes endémicos da lepra em mais de 100 países, iniciou a batalha contra esta terrível doença, promovendo o tratamento e a cura dos doentes, a sua reabilitação, reinserção e dignificação em igualdade com os demais doentes.
Impulsionado por lemas como “ninguém tem o direito de ser feliz sozinho”, ser feliz é fazer os outros felizes”, Raoul Follereau bateu-se até ao fim da vida por uma causa mundial. Hoje em Portugal a associação amigos de Raoul Follereau (APARF) e a associação Mãos Unidas, continuam o esforço de manter vivo este empenho solidário por esta parte desfavorecida da humanidade.
Segundo a APARF “existem actualmente cerca de 10 milhões de pessoas que sofrem os efeitos deste flagelo”, dez por cento das quais são crianças, salienta a APARF, “sem meios económicos para se tratarem”. Em Portugal o número portugueses doentes da Lepra atinge quase o milhar, ao que se junta ainda cerca de meia centena de enfermos provenientes dos Palops, Brasil, Índia e Timor.
A cura dos leprosos não consiste só em dominar o bacilo, em medicamentar os doentes. É em primeiro lugar um trabalho do coração, do amor, força que destrói preconceitos, que faz apertar a mão ao leproso, abraçá-lo e dizer que somos irmãos, como testemunhou Raoul Follereau, Padre Damião de Veuster (o herói de Molokai), S. Francisco de Assis, etc.
“O homem leproso tem dias doenças: a lepra e o ser leproso. O seu sofrimento físico e moral faz dele o ser mais infeliz da humanidade”.

Em 1873 foi descoberto o bacilo da lepra, na Noruega pelo Dr. Armauer Hansen. Nesse ano havia nesse país milhares de leprosos. O último caso verificou-se em 1932.
Se em todos os países se atacasse a doença com a mesma rapidez…
Mas nem todos os países se situam na Europa!!!

 

domingo, 28 de janeiro de 2007

Abbé Pierre


A insurreição da bondade

Por razões alheias á minha vontade, só agora me é possível relembrar aqui um dos “profetas” do século XX: O Abbé Pierre.

De seu verdadeiro nome, Henri Grouès, mas mais conhecido como Abbé Pierre, nasceu em 1912 em Lyon, França. Em 1931 faz a profissão religiosa nos Frades Capuchinhos. Nesse mesmo ano renuncia à sua herança familiar e dá tudo a algumas obras caritativas. Em 1938 é ordenado sacerdote. Durante a 2ª guerra mundial ajuda os judeus a escapar à perseguição dos nazis.
Foi soldado e depois resistente durante a segunda grande guerra, e deputado de 45 a 51.
Em 1949 funda a “comunidade de Emaüs”, de ajuda aos deserdados e sem abrigo. Esta comunidade financia-se com a venda de material e objectos recuperados.
Mas a notoriedade surge em 1954. Durante o inverno rigoroso, desse ano, para os sem abrigo, ele lança um apelo memorável nas ondas da rádio Luxemburgo, futura RTL:


“Meus amigo, socorro…
Uma mulher acaba de morrer gelada, esta noite às 3 horas, no passeio do boulevard Sébastopol, apertando contra o peito um papel pelo qual, antes de ontem, a tinham expulso… cada noite, eles são mais de dois mil retorcidos sob o gelo, sem tecto, sem pão, mais de um quase nu. Diante deste horror, as acções de urgência, já nem sequer são urgentes!
Escutai-me, em 3 horas dois centros de ajuda acabam de se criar… já estão cheios, é preciso abrir mais e por todo o lado. É preciso que esta noite mesmo, em todas as cidades de França, em todos os bairro de paris, se exponham cartazes à porta de lugares onde haja cobertores, palha, sopa, e onde se possa ler sob este titulo “centro fraterno de ajuda”, estas simples palavras: “tu que sofres, quem quer que sejas, entra, dorme, come, retoma esperança, aqui és amado”…
Imploro-vos, amemo-nos um pouco desde já, para realizar isto… Obligado! Cada um de nós pode ajudar os “sem abrigo”. Precisamos para esta noite, ou o mais tarde para amanhã : cinco mil cobertores, trezentas grandes tendas americanas, duzentas pás catalíticas…
Marco encontro para os voluntários e camiões de recolha, esta noite às 23 horas… graças a vós, esta noite nenhum homem, nenhuma criança dormirá nas ruas ou nos cais de Paris.
Obrigado!”


No dia seguinte a comunicação social intitulará este apelo de “Insurreição da bondade”. O apelo recolherá 500 milhões de francos franceses da época em dons (dos quais 2 milhões de Charlie Chaplin). Mas mais importante foi a vaga de voluntários que, de toda a França, se mobilizou à sua volta.

Apesar de uma personalidade controversa, foi designado 17 vezes a personalidade preferida dos Franceses de 1989 a 2003.
Ele afirmava: “Passei a minha vida a rezar a Deus para morrer jovem”. E acrescenta: “Bem vedes, falhei completamente!”
O Abbé Pierre morreu no dia 22 deste mês. Foi-se o “profeta dos sem abrigo” ou “da caridade”, como o chamaram. O presidente da França, Jacques Chirac declarou que com a sua morte “a França foi ferida no coração”.
E com razão.

 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Tragédia


capricho pseudo-científico

Como médico e como professor de Medicina, pasmo, atónito, ao ver que há médicos pelo "Sim"! Onde aprenderam, ou verdadeiramente não aprenderam, a Embriologia Humana? Que Escolas Médicas frequentaram que não lhes ensinaram os factos científicos sobre o momento do começo duma vida humana no zigoto?! Como não aprenderam que a vida humana, desde essa fase inicial entra a desenvolver-se num "continuum", sem interrupções nem saltos, até ao momento do nascimento, e depois do nascimento até à vida adulta? Como pode haver aí quem diga que há cientistas / embriologistas que negam começar a vida humana no Ovo? Mas isto é verdade? Digam-me os seus nomes, senhores meus colegas!

Os médicos que se metem a fazer campanha pelo "Sim" ao aborto tem uma responsabilidade acrescida pelo facto de serem médicos! Mas não digam que é numa base científico-biológica que fundamentam o que dizem. A prova científica está feita. Outra coisa é o arbítrio de ordem filosófica, ou o "capricho pseudo-científico", de que lançam mão para dizerem que a vida começa onde lhes "apeteça" que comece!
O curioso é que esses médicos anunciam que a campanha que pretendem desenvolver pelo "Sim" será toda numa base científica. Eu nem queria acreditar no que li!

Só quero, por fim, que quem quer que seja me responda ao seguinte: Se, a vida humana não começa no Ovo mas uns dias ou semanas depois, que vida existiu antes da data que arbitrariamente se escolhe para seu começo? Amiba...? Peixe...? Réptil...? Ainda se crê que a ontogenia repete a filogenia, como o fez Haeckel no século XIX?

Sim, paira sobre nós uma grande "tragédia"! Evitemo-la!

Levi Guerra, Professor da Faculdade de Medicina do Porto
in Voz Portucalense

 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Respeito


Façam Favor

Em 1998, aquando do último referendo sobre a despenalização do aborto, não me encontrava em Portugal. Não tenho nenhuma ideia do que se passou, de como foi a campanha, os argumentos desenvolvidos ou a linguagem utilizada. Ao aproximar-se o dia do referendo apetece-me partilhar alguns simples comentários:
Parece de justiça enaltecer em primeiro lugar o interesse da nossa sociedade sobre o tema. A discussão, a adesão ou não, as manifestações prós e contra não se confinam á esfera politico-partidária, mas extravasa para a esfera social, privada mesmo, para a dimensão de cidadania de cada um e cada uma. Parece-me um sinal de maturidade democrática a cada vez maior reflexão e tomadas de posição pessoais sem ter que seguir uma espécie de “carneirismo” político.
Pena é, me parece, que os argumentos e a linguagem dos diferentes grupos já existentes ou formados para participarem na campanha, na sua maioria deixam muito a desejar.
Seja a nível de explicação do que realmente está em causa, desvirtuando, iludindo, mentindo mesmo, para atingir os fins a que se propõem. Seja a nível do “radicalismo” e “extremismo” de posições que leva facilmente a “diabolizar” o “campo” adverso e a incutir nos cidadãos o convite à culpabilização, ao julgamento (senão já condenação) dos que pensam diferente.
O debate não é fácil, porque tremendamente difícil é o tema em discussão. Mas é sempre muito fácil cair em argumentos e acusações simplistas, por vezes a acariciar o ridículo, como se do outro lado da barricada estivesse um bando de estúpidos, assassinos ou “esclerosados” no passado, guardiães ou perseguidores da liberdade de cada um.
Os radicalismos nunca trouxeram nem trarão benefícios a uma discussão que deveria ser esclarecedora para todos; assim como a mentira, o fazer-se vítima, a crítica e julgamento fáceis, o semear a confusão.
Meus senhores e minhas senhoras, elevem o nível de linguagem, melhorem a vossa argumentação, cuidem do respeito pelos vossos adversários e por todos nós, não queirais enganar-nos, mas prestai-nos um serviço social e humano, se fazeis favor. E ficar-vos-emos imensamente gratos.
Obrigado.

 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Darfur

© Foto Lusa


ANTES QUE SEJA TARDE

«Assalam aleikum».
Uma saudação apressada de duas palavras.
Um «bom-dia» de alguém com o coração apertado pela angústia. Por isso passou em branco a lengalenga de perguntas e respostas acumuladas e repetidas sobre a vida, a saúde, a família com se cumprimenta nesta terra.
Veio do frio da noite, das estradas improvisadas no deserto-savana do Darfur. Convido-o a sentar-se, mas não dá conta da cadeira. Fica de pé, o turbante a envolver-lhe a cabeça, permitindo apenas ver-lhe os olhos que me falam de aflição e de muita esperança de viver. Destapou o rosto e, da sua boca, brotaram palavras de amargura.
«Não podemos aguentar mais. Já há muito que a nossa gente quer fugir desta terra maldita. As razias tornaram-se normais e frequentes. Em cada hora que passa há vidas que já não são. Muitas aldeias já deixaram de existir. Muitas vezes somos obrigados a conviver com o cheiro fétido dos corpos que nem sempre podemos sepultar. Agora já não há longe nem perto: os “janjauid” moram ao nosso lado. Violam as nossas mulheres e filhas; roubam o nosso gado. A nossa vida ou a nossa morte depende somente do bel-prazer desses malditos sanguinários».
Que fazer? Pronunciar palavras de consolação? De pesar? Escolhi o silêncio.
Daí a instantes, concluiu: «O meu nome é Makur». Homem já bem entrado nos cinquenta. Sultão, com longa experiência de comando na tribo dinka. Pela posição que ocupa, sabe que não pode chorar nem deve mostrar medo. Seria a sua derrota.
MaKur está em apuros. Não quer manifestar os seus verdadeiros sentimentos. Respira fundo para tomar coragem. O catequista Isak que o acompanha apercebe-se e não o quer deixar ficar mal. Com delicadeza e respeito pelo sultão, pega na palavra e continua o trágico discurso que, infelizmente, não é novo nem desconhecido para mim.
Muitos dos cidadãos da zona de Greida, onde Isak é o catequista responsável, já foram levados para o enorme campo de refugiados da área.
«Se temos de fugir, que seja em direcção à nossa terra, porque nós não somos daqui e não temos nada a ver com os árabes» – diz Makur, agora mais calmo e sereno.
Makur e Isak representam uma lista sem fim de gente que vem de uma longa caminhada. A segunda guerra civil do Sudão matou dois milhões. E mudou a identidade aos sobrevivents. Passaram a chamar-se deslocados ou refugiados. Mais de cinco milhões. Errantes, sem eira nem beira.
Alguns deles encontram-se na vasta região do Darfur, numa vida que não é vida, vítimas da discriminação atroz por parte da população e das autoridades muçulmanas.
Finalmente, depois de 23 anos de guerra, chegou a tão suspirada paz. Voltar para o Sul é, pois, o anseio de quem de lá fugiu. Especialmente dos que se encontram no meio deste massacre infernal do Darfur. Chamar-lhe guerra é pouco. O que, desde há quatro anos, está a acontecer nesta zona do Oeste do Sudão é um verdadeiro genocídio.
Registo a expressão de Makur que me convida a olhá-lo de alto a baixo e diz, com tristeza: «Pensávamos poder regressar com calma e tão somente depois de ter enchido estes ossos, mas agora está difícil salvar mesmo os ossos!»
Os ossos ainda não se encheram, mas não há tempo a perder. Põem-se a caminho, antes que seja tarde demais. Não contam reconhecer a casa ou os haveres que deixaram no Sul. Porque já não existem. Tudo começará da estaca zero. Acreditam, porém, que é possível reconstruir a vida. Lá, onde há paz: em Juba, Wau, Bahr el Gazal, Rumbek, Torit... a querida «pátria» do Sul do Sudão.
Entretanto, o chão que piso, continua a ser o palco da morte e os campos de refugiados que se improvisaram passam bem da centena. Se Cartum quisesse… se o mundo quisesse… a palavra «genocídio» não existiria neste ponto do globo.
Todavia, há muita gente a rezar e a trabalhar para trazer de volta a felicidade que Deus sonhou para estes seus filhos e filhas. Não queremos o inferno no Darfur. A paz há-de vencer! «Inshá Allah!». Se Deus quiser!
Feliz da Costa Martins, missionário comboniano
Nyala (Darfur)

 

sábado, 20 de janeiro de 2007

Missão


A Humanidade é maior

Missão é partir,
Caminhar, deixar tudo, sair de si,
Quebrar a crosta do egoísmo
Que nos fecha no nosso eu.
É parar de dar a volta ao redor de nós mesmos
Como se fossemos o centro do mundo e da vida;
É não se deixar bloquear
Nos problemas do mundo a que pertencemos:
A humanidade é maior.
Missão é sempre partir,
Mas não devorar quilómetros.
É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos,
Descobri-los e encontrá-los.
E, se para encontrá-los e amá-los
É preciso atravessar os mares e voar lá nos céus,
Então, missão é partir até aos confins do mundo.

Dom Hélder Câmara

 

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Confiança


Porque temeis Homens de pouca fé?

Quantas vezes, Senhor,
Somos tentados a desanimar.
À nossa volta há tempestade,
Risos, troças, incompreensão.
Temos medo de ser apontados
E de cair no ridículo.

Hoje, Senhor, mais do que nunca,
É grande o risco de ser teu discípulo.
É que temos de ser sinal de contradição,
Num mundo que não compreende
As tuas bem-aventuranças,
Porque constrói a sua falsa felicidade.
Temos de ser desafio de novidade,
Num mundo conformista e velho
Que se aprofunda em suas vãs ilusões.
Temos de ser voz incómoda,
Num mundo que se instalou
Nos alicerces frágeis e enganadores
Do materialismo, do prazer, da ganância.
Temos de ser presença tua,
Num mundo que vive a tua ausência
E proclamou a tua morte.

Por tudo isto, Senhor,
Te pedimos, dá-nos a força que vem de ti,
Levanta-te e diz-nos outra vez:
“Porque temeis? Eu venci o mundo!”

 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Kinshassa


Bendigo-te ó Pai!

Queridos amigos,
Acabo de chegar a Kinshasa.
Antes de mais, quero dar graças a Deus pelos três meses que passei em Portugal, motivados pelas duas assembleias em Fátima e pela minha operação. O Senhor foi muito bom para comigo. Quis que eu, antes de ir falar de curas, experimentasse a viver a doença. A operação que fiz, o tempo que estive no hospital, o contacto com tantos doentes, a experiência de poder dizer ao Pai “seja feita a Tua vontade e não a minha”…são momentos inesquecíveis. Louvar a Deus, quando se está bem, quando se tem boa saúde, toda a gente é capaz de o fazer. Mas a beleza da minha experiência, foi louvar a Deus, através do sofrimento, da dor, da inactividade, etc. Ainda hoje, posso dizer, como toda a verdade, “Bendigo-Te, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado”.
O Senhor tem sobre nós projectos que nós muitas vezes não compreendemos. Mas quando nos abandonamos nas mãos d’Ele e O deixamos fazer como é do Seu agrado, então, Ele faz em nós e através de nós, coisas maravilhosas. Durante estes meses, tive a oportunidade de constatar muitas vezes essas maravilhas que Ele fez em mim e nas pessoas que encontrei.
Oh, como é bom e agradável amar o nosso Deus e deixar-se amar por Ele!
Quando temos a coragem de nos abandonar totalmente nas suas mãos e dizer-Lhe: “aqui estou, Pai, faz de mim aquilo que Tu quiseres”, então experimentamos que Ele nos toma nos seus braços para nos estreitar contra o Seu coração e fazer-nos experimentar a doçura do Seu amor.
Neste momento, que estou para retomar o meu trabalho no nosso Escolasticado (Seminário de Teologia), em Kinshasa, quero afirmar-Lhe mais uma vez: “Senhor, aqui estou, faz de mim aquilo que Tu quiseres. Usa-me, segundo a Tua vontade, para fazer unicamente aquilo que Tu quiseres”.
Pedi-Lhe por mim e por estes jovens que Ele me confiou. Também vos recordarei todos os dias diante d’Ele.

Um grande abraço deste amigo,

 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Ser Ajuda


Concurso de arte cristã

O grupo juvenil “Ser Ajuda”, da paróquia de N. Sra da Ajuda em Lisboa realiza um “Concurso de Arte Cristã”.

O grupo quer deste modo apelar à “veia artística” dos paroquianos e dos visitantes do seu "blog", para assim dar a conhecer a vivência em Cristo através da arte!
O “Concurso de Arte Cristã” pretende envolver o maior número possível de intervenientes, razão pela qual vários grupos de jovens de todo o país foram já convidados a participar!
A ideia dominante é reflectir sobre a nossa fé e deste modo expressa os nossos sentimentos por Cristo através de duas categorias representativas: a execução de um trabalho manual, ou de uma história cristã.
O maior prémio deste concurso é redescobrir Cristo…Contudo, todos levarão para casa um diploma de participação, onde principalmente os três primeiros lugares de cada categoria serão, simbólicamente, premiados!
É muito fácil participar. Todos os interessados podem obter mais informações através do blog do grupo.
Jovens e Missão e o grupo Fé e Missão louvam esta iniciativa, encorajam todos a participar e felicitam o grupo Ser Ajuda pela ideia belíssima e tema do concurso.

 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Desafio

Testemunho

Recebi ontem um pequeno livro sobre Daniel Comboni. Trata-se do trabalho de uma aluna, a Raquel Ferreira. Está no 9º ano e aceitou o desafio da sua professora. Lançou-se na aventura e o resultado é um pequeno livro que apresenta a vida e obra deste grande missionário do século 19 que foi Comboni, de uma forma simples mas muito interessante e completa. Vale a pena ser lido.
O Livro começa assim:


Quem é Comboni?

Sempre ouvi falar de Comboni como “uma pessoa boa que andou lá longe”, mas agora investiguei sobre ele e reconstituí a sua vida e digo: “é aquela pessoa que todos acham boa mas que ninguém tem a coragem de ser”.
Comboni é como um mito de bondade para uns, mas é um exemplo a seguir para outros.

D-A-N-I-E-L C-O-M-B-O-N-I: O homem que mudou o passado e influencia o futuro!

E termina:

Nota final

Comboni é um exemplo para a humanidade,
foi um homem bom que respeitou e ajudou homens e mulheres de todas as culturas e se preocupou com o futuro deixando descendentes que continuam a ter um papel importantíssimo na propagação dos seus valores.
Um futuro cheio de esperança, onde o reino de Deus é uma realidade para todos os povos, raças e culturas só depende de nós!

Aceitam-se outros desafios! Quem arrisca?
Parabéns e obrigado Raquel


 

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Palavras


Exercício oral

Uma palavra irreflectida pode originar conflitos;

Uma palavra cruel pode destruir uma vida;

Uma palavra amarga pode iniciar o ódio;

Uma palavra brutal pode matar;

Uma palavra graciosa pode nivelar um caminho;

Uma palavra jovial pode iluminar o dia;

Uma palavra na hora certa pode diminuir o stress;

Uma palavra amorosa pode curar e abençoar;

…..

Continua tu agora …

 

sábado, 6 de janeiro de 2007

Darfur


Campanha Fé e Missão

Como todos os anos, também este ano o grupo Fé e Missão faz uma campanha de solidariedade missionária. Depois da Zâmbia, das escolas em Moçambique, dos doentes da SIDA no Chade, é a vez do Darfur no Sudão.
A nossa campanha pretende informar, sensibilizar e canalizar forças para uma maior tomada de consciência do grande problema que vivem as populações nesta lugar.
Por isso, com este objectivo, durante o reveillon XL fizemos algumas actividades: fomos cantar as janeiras e aproveitamos para construir pequenas pombas com uma mensagem, porta chaves e pequenos presépios. Tudo isso se destina à venda nas diferentes actividades a realizar ao longo do ano pelo grupo Fé e Missão.
Tudo o que conseguirmos arranjar, destina-se a ser enviado ao P. Feliz Martins, missionário comboniano que se encontra em Nyala, no sul do darfur, e vive quotidianamente no meio dos refugiados.

Quem se quiser associar a esta campanha pode fazê-lo:
Particiando nas nossas actividades que vão sendo anunciadas neste blog;
Vendendo alguns dos nossos objectos (pombas, presépios, pinturas africanas, …)
Convidando-nos para alguma iniciativa no grupo a que pertence, na paróquia, associação, …
Dando alguma oferta.


Contacto:
Leonel Claro
Missionários Combonianos
Areeiro
3030-168 Coimbra
Tel: 239701172
Mail:
jovemissio@gmail.com


 

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Frutos


Impressões

"Foi um encontro simples, alegre, intenso…
Momentos de oração…
De encontro com o Pai e comigo mesmo
Momentos de partilha
Esta passagem de ano foi celebrada mais uma vez… ao jeito de Jesus."



"O que me ficou neste encontro foi a amizade, a partilha de novas experiências que enriquecem a vida e que o senhor nos ama de todo o coração e nos está a ver lá do alto do céu para nos abençoar todas as coisas que vamos fazendo ao longo da nossa caminhada cristã pela terra ao auxílio dos mais fracos e injustiçados pela nossa sociedade."

 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Forrobodó 2

Grande noite


 

Forrobodó


Loucos do reveillon

No dia 31, grande forrobodó. A criatividade para a paródia não teve limites. Basta ver esta letra cantada pelos cometas e rebentos.

Chegamos de manhã, cheios de sono
Puseram-nos todos a cantar
Como já tavamos bué atrasados
A apresentação foi logo ao ar.

O almoço foi uma maravilha
Ninguém foi parar ao hospital
À noite amandaram-nos com a ervilha
E depois com o avental

São os loucos do reveillon
Que nos fazem vibrar
Nhe, nhe, nhe….
E a letra não vai acabar.

À noite foram as janeiras
Andávamos fartos de berrar
Mas nós fizemos asneiras
Andámos só a morfar.

Queriam alguém para fazer paletes de figuras
Mandaram-nos a nós
Nós queríamos comer farturas
Em casa dos avós.

Novo dia começou com missinha de manhã
O padre não se calou
Mais valia uma irmã.

Nhe, nhe, nhe…

 

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Dom de Deus



A vida como dom de Deus foi o tema que nos guiou no Reveillon XL. Foram momentos fantásticos que iremos recordando aqui e no blog do Fé e Missão.
Um dos trabalhos foi construir o nosso credo, manifestarmos aquilo em que acreditamos. Foi o credo rezado durante a eucaristia do dia 1, juntamente com a comunidade do Areeiro que nos acolheu. Aqui fica:


Creio no Deus que me ama, perdoa, aceita-me como sou, nada mais me exige do que aquilo que posso dar.

Creio na tua presença em mim, creio que ouço a tua voz que me chama continuamente para viver na tua palavra.

Creio na vida como dom de Deus, um presente que nos foi oferecido.

Creio no Deus que me conhece, me chama pelo meu nome e que caminha sempre a meu lado

Creio que és tu, Senhor, meu amigo que me iluminas e me guias com essa gloriosa luz em direcção ao caminho da salvação.

Creio na força que ele dá, tanto na alegria como na tristeza ao longo do meu caminho.

Creio que a presença de Deus está em todos e é para todos.

Creio na paz que resulta do encontro pessoal com Deus e que muda o mundo.