Levantem-se
Num destes acalorados debates televisivos sobre o aborto (e cá voltamos nós!), uma senhora (médica?), num momento de emoção arrebatadora (creio eu!) na defesa do sim no referendo, chamou ao feto “uma coisa dentro da mulher”. Assim mesmo!
Essa coisa tem um nome?
Estou mesmo a ver, numa ecografia, o médico, ou médica a dizer á sua paciente “a sua coisa (ou coiso) já está bem desenvolvida”, ou “a coisa que tem no ventre…” Vocês imaginam um aberração parecida!!!???
Alguns dias antes foi alguém, partidário do não, que comparou o aborto ao holocausto Nazi. Credo! cruzes! canhoto! Onde vamos!?
Não creio que estejamos numa época de “saldos linguísticos”. Não há nada que desculpe estes atropelos à história ou à ciência: nem a “pobreza” de vocabulário da língua portuguesa, nem a ainda grande percentagem de analfabetismo em Portugal. Tenho para mim que só uma voluntária estupidez pessoal, um desrespeito refinado pelos outros, um bombardeamento da dignidade da pessoa, de qualquer pessoa, podem levar a afirmações como estas.
Defender uma vida denegrindo, espezinhando, humilhando outras, não é argumento válido, nem pode prevalecer num debate digno e respeitador da inteligência, da honra, da história, da dignidade da cada português, de cada pessoa. Nós não somos estúpidos!!!