Respeito
Em 1998, aquando do último referendo sobre a despenalização do aborto, não me encontrava em Portugal. Não tenho nenhuma ideia do que se passou, de como foi a campanha, os argumentos desenvolvidos ou a linguagem utilizada. Ao aproximar-se o dia do referendo apetece-me partilhar alguns simples comentários:
Parece de justiça enaltecer em primeiro lugar o interesse da nossa sociedade sobre o tema. A discussão, a adesão ou não, as manifestações prós e contra não se confinam á esfera politico-partidária, mas extravasa para a esfera social, privada mesmo, para a dimensão de cidadania de cada um e cada uma. Parece-me um sinal de maturidade democrática a cada vez maior reflexão e tomadas de posição pessoais sem ter que seguir uma espécie de “carneirismo” político.
Pena é, me parece, que os argumentos e a linguagem dos diferentes grupos já existentes ou formados para participarem na campanha, na sua maioria deixam muito a desejar.
Seja a nível de explicação do que realmente está em causa, desvirtuando, iludindo, mentindo mesmo, para atingir os fins a que se propõem. Seja a nível do “radicalismo” e “extremismo” de posições que leva facilmente a “diabolizar” o “campo” adverso e a incutir nos cidadãos o convite à culpabilização, ao julgamento (senão já condenação) dos que pensam diferente.
O debate não é fácil, porque tremendamente difícil é o tema em discussão. Mas é sempre muito fácil cair em argumentos e acusações simplistas, por vezes a acariciar o ridículo, como se do outro lado da barricada estivesse um bando de estúpidos, assassinos ou “esclerosados” no passado, guardiães ou perseguidores da liberdade de cada um.
Os radicalismos nunca trouxeram nem trarão benefícios a uma discussão que deveria ser esclarecedora para todos; assim como a mentira, o fazer-se vítima, a crítica e julgamento fáceis, o semear a confusão.
Meus senhores e minhas senhoras, elevem o nível de linguagem, melhorem a vossa argumentação, cuidem do respeito pelos vossos adversários e por todos nós, não queirais enganar-nos, mas prestai-nos um serviço social e humano, se fazeis favor. E ficar-vos-emos imensamente gratos.
Obrigado.
Parece de justiça enaltecer em primeiro lugar o interesse da nossa sociedade sobre o tema. A discussão, a adesão ou não, as manifestações prós e contra não se confinam á esfera politico-partidária, mas extravasa para a esfera social, privada mesmo, para a dimensão de cidadania de cada um e cada uma. Parece-me um sinal de maturidade democrática a cada vez maior reflexão e tomadas de posição pessoais sem ter que seguir uma espécie de “carneirismo” político.
Pena é, me parece, que os argumentos e a linguagem dos diferentes grupos já existentes ou formados para participarem na campanha, na sua maioria deixam muito a desejar.
Seja a nível de explicação do que realmente está em causa, desvirtuando, iludindo, mentindo mesmo, para atingir os fins a que se propõem. Seja a nível do “radicalismo” e “extremismo” de posições que leva facilmente a “diabolizar” o “campo” adverso e a incutir nos cidadãos o convite à culpabilização, ao julgamento (senão já condenação) dos que pensam diferente.
O debate não é fácil, porque tremendamente difícil é o tema em discussão. Mas é sempre muito fácil cair em argumentos e acusações simplistas, por vezes a acariciar o ridículo, como se do outro lado da barricada estivesse um bando de estúpidos, assassinos ou “esclerosados” no passado, guardiães ou perseguidores da liberdade de cada um.
Os radicalismos nunca trouxeram nem trarão benefícios a uma discussão que deveria ser esclarecedora para todos; assim como a mentira, o fazer-se vítima, a crítica e julgamento fáceis, o semear a confusão.
Meus senhores e minhas senhoras, elevem o nível de linguagem, melhorem a vossa argumentação, cuidem do respeito pelos vossos adversários e por todos nós, não queirais enganar-nos, mas prestai-nos um serviço social e humano, se fazeis favor. E ficar-vos-emos imensamente gratos.
Obrigado.
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