JOVENS & MISSÃO

Somos jovens! Somos Cristãos! Somos Missionários! Queremos ter sempre o coração e o espírito jovens, abertos e disponíveis ao mundo, à humanidade, à Missão, a Cristo. Procuramos viver na alegria, na esperança, no compromisso, no serviço. Só assim se "vive ressuscitado" com Cristo.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Spe Salvi


Salvos na Esperança

É significativo que o Papa Bento XVI comece a sua nova Carta Encíclica Salvos na Esperança (Spe salvi) com um exemplo de esperança que vem de África: Josefina Bakhita, uma escrava africana, que depois de inenarráveis sofrimentos se tornou irmã canossiana, e que foi canonizada por João Paulo II.
Com tal escolha, o Papa afirma a esperança que esse Continente é hoje para a Igreja universal. E se olharmos ainda para outros modelos marcantes de esperança cristã que, ao longo da Carta, o Papa propõe e vai buscar ao Oriente, concretamente ao Vietname (o Padre Paulo Le-Bao-Thin, +1957, e o Cardeal Nguyen Van Thuan, 1928-+2002), não se pode deixar de ver nestas escolhas um gesto simbólico e um caminho de esperança que o Papa alemão indica às Igrejas do velho mundo.
A experiência cristã afirma que Deus é um ser pessoal que, em Jesus Cristo Ressuscitado, revelou livremente ao homem um projecto de vida eterna. Destinatário dessa revelação, o homem é constituído igualmente como um ser livre e racional na adesão a essa esperança, porque "um mundo sem liberdade não é um mundo bom" (§30).
A esperança cristã, não é um conjunto de enunciados "informativos" acerca de Deus e do destino do homem, mas, na pessoa de Cristo, começa já a realizar uma maneira nova de estar no tempo, "kairós", plenitude e "ocasião oportuna", e abraça a totalidade do ser, do amor e da alegria, animada por um ímpeto positivo de transformação do mundo.
O homem é considerado como um "desejo de infinito" e é por isso que nenhuma realização humana, pode saciar a inquietude do seu coração.
O primeiro "lugar de aprendizagem" da esperança cristã é a oração, porque esta, enquanto espaço de relação com Deus, é também uma autognose de si, de conhecimento de si e dos próprios desejos.
Face ao sofrimento e ao mal, a esperança cristã encontra espaço para compreender que não é o homem o senhor da História, e que a “questão da justiça constitui o argumento essencial a favor da fé na vida eterna" (§ 43), na esperança da vinda de Cristo e da nova Vida que Ele inaugurará

José Rosa in ecclésia