Esperança
Hoje participei numa vigília de oração, integrada na campanha pelo Darfur. O momento foi organizado pelo SPES de Coimbra. Reli (porque já o conhecia!) um texto muito bonito sobre a esperança. Tenho que o partilhar convosco. Não o texto todo (porque é grande), mas uma parte.
"A grande crise que o nosso mundo atravessa não é tanto, como se diz, uma crise de fé ou de moral, mas de esperança. Que moral se pode inculcar aos seus filhos que vão crescendo ao lado da violência, injustiça e permissividade total?
E que fazer? Entregar as armas e render-nos ao pessimismo e desespero? Que me seja permitido continuar a gritar que "no homem há muitos mais motivos de admiração do que de desprezo", que, ainda que vivêssemos num mundo absolutamente fechado à esperança, o nosso dever de continuar a lutar por melhorá-lo seria ainda o mesmo.
Desejo continuar a falar, sobretudo da "pequena esperança". Porque sempre tive medo de que o maior inimigo da esperança fosse precisamente a ilusão ou ingenuidade.
Santa Teresa de Ávila, ao verificar os males que iam no mundo e na própria Igreja, não se pôs a gritar contra o mundo, não condenou ninguém, não exclamou que tudo estava perdido, não sonhou voltar o mundo do avesso. Comentou muito simplesmente: "Determinei fazer aquele pouquinho que eu posso e está em mim", Aí está a chave: "esse pouquinho que eu posso e está em mim".
Por isso eu creio que contra o desespero só há um remédio: a teimosia e a decisão. Contra o desespero, só há um tratamento: fazer menos perguntas e trabalhar mais. O verdadeiro amante ama porque ama, não porque "espera" alguma coisa em troca.
Melhorar o mundo, ajudar o homem, é o nosso dever. Sabemos, porém, que, pouco a pouco, o mundo irá avançando. E que nós, nos anos que vivermos, não podemos abolir na íntegra o ódio e a violência. Mas sabemos que ninguém poderá impedir-nos de varrer a porta do nosso coração."
E que fazer? Entregar as armas e render-nos ao pessimismo e desespero? Que me seja permitido continuar a gritar que "no homem há muitos mais motivos de admiração do que de desprezo", que, ainda que vivêssemos num mundo absolutamente fechado à esperança, o nosso dever de continuar a lutar por melhorá-lo seria ainda o mesmo.
Desejo continuar a falar, sobretudo da "pequena esperança". Porque sempre tive medo de que o maior inimigo da esperança fosse precisamente a ilusão ou ingenuidade.
Santa Teresa de Ávila, ao verificar os males que iam no mundo e na própria Igreja, não se pôs a gritar contra o mundo, não condenou ninguém, não exclamou que tudo estava perdido, não sonhou voltar o mundo do avesso. Comentou muito simplesmente: "Determinei fazer aquele pouquinho que eu posso e está em mim", Aí está a chave: "esse pouquinho que eu posso e está em mim".
Por isso eu creio que contra o desespero só há um remédio: a teimosia e a decisão. Contra o desespero, só há um tratamento: fazer menos perguntas e trabalhar mais. O verdadeiro amante ama porque ama, não porque "espera" alguma coisa em troca.
Melhorar o mundo, ajudar o homem, é o nosso dever. Sabemos, porém, que, pouco a pouco, o mundo irá avançando. E que nós, nos anos que vivermos, não podemos abolir na íntegra o ódio e a violência. Mas sabemos que ninguém poderá impedir-nos de varrer a porta do nosso coração."
J.M. Descalzo
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