Tentações
Génises 3, 6 “ A mulher viu então que o fruto da árvore era bom para comer, agradável á vista e precioso para esclarecer a inteligência”. (Texto tirado da primeira leitura da liturgia deste domingo).
O texto bíblico apresenta-nos as três tentações fundamentais que enfrentamos na nossa vida:
1) «O fruto da árvore era bom par comer». Não é o acto material de "comer", mas a tendência para satisfazer os próprios desejos egoístas. Agrada-me fazer uma coisa; faço-a, e ninguém me deve impedir. O homem torna-se presa do instinto, e então todas as violências são justificadas; a série de mulheres violentadas, estupradas e mortas demonstra-o. É a tentação que S. João denomina "concupiscência da carne". O homem contemporâneo permite-se tudo, porque é bom para comer, porque é agradável de fazer.
2) «...agradável à vista». Por conseguinte algo que se quer ter, possuir a todo o custo. Esta tentação é chamada por São João "concupiscência dos olhos": a avidez de ter e ter cada vez mais, particularmente em questão de dinheiro. É a perversa apresentação feita pelos meios de comunicação que fazem sonhar em ganhar muito e no modo mais fácil, dando uma resposta meio tola a uma pergunta mais que tola ainda. Esta mentalidade perversa induz-nos a considerar feliz só quem pode ter dinheiro, e qualquer sistema se torna bom para o conseguir.
3) «...precioso para esclarecer a inteligência». Portanto, algo que nos torna independentes, autónomos em decidir o que devemos fazer e como devemos agir. É o que S. João denomina "soberba da vida", estilo de vida que coloca em primeiro lugar os próprios interesses, o próprio "eu", que desemboca inevitavelmente na avidez do poder, no prevalecer sobre os outros, no domínio dos outros.
São estas as três tentações fundamentais que cada um de nós encontra. Podemos resumi-las em três palavras: poder, dinheiro e sexo. S. João avisa-nos como são destruidoras estas tentações quando consentidas.
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