Mudo
Ficar na rua
Chama-se Fátima, mora em Coimbra. Telefonou-me se podia falar comigo, ainda hoje se possível. Tudo bem. Estou em casa a preparar o fim-de-semana e a semana seguinte que se anunciam bem preenchidos.
Chegou com a filha, vieram de autocarro.
“Éramos uma família feliz com 4 filhos, mas há 5 anos, o meu marido e 3 dos filhos abandonaram-me; só ficou esta para me suportar”. Teve uma depressão, a filha está no desemprego há dois anos e meio. O dinheiro não dá para pagar a renda, e vão ter que deixar o apartamento. Conseguiu retardar o despejo algum tempo, mas não tem para onde ir.
Pediu um favor, um simples favor, “poder guardar aqui o recheio de sua casa” na esperança de que quando agora voltasse, ainda encontrasse tudo em casa e não no meio da rua.
O que dizer? O que fazer? Como resolver a situação? Ficar na rua? Onde encontrar uma casa?
Fiquei mudo ao ouvir o relato, carregado de angústia. Angústia sim, e ao mesmo tempo um pouco de dignidade.
No fim, levei-as a casa. Mas sentia no ar um certo cansaço e desânimo.
Chegou com a filha, vieram de autocarro.
“Éramos uma família feliz com 4 filhos, mas há 5 anos, o meu marido e 3 dos filhos abandonaram-me; só ficou esta para me suportar”. Teve uma depressão, a filha está no desemprego há dois anos e meio. O dinheiro não dá para pagar a renda, e vão ter que deixar o apartamento. Conseguiu retardar o despejo algum tempo, mas não tem para onde ir.
Pediu um favor, um simples favor, “poder guardar aqui o recheio de sua casa” na esperança de que quando agora voltasse, ainda encontrasse tudo em casa e não no meio da rua.
O que dizer? O que fazer? Como resolver a situação? Ficar na rua? Onde encontrar uma casa?
Fiquei mudo ao ouvir o relato, carregado de angústia. Angústia sim, e ao mesmo tempo um pouco de dignidade.
No fim, levei-as a casa. Mas sentia no ar um certo cansaço e desânimo.
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