El Sabur
- “Eih, olha quantas cruzes! E bem alinhadas que estão ao longo de toda a igreja”.
São os alunos maiores do ensino básico de uma escola privada de Nyala, em visita de estudo à igreja católica. Uma iniciativa que honra aquele estabelecimento escolar oferece aos cépticos uma prova concreta em favor do diálogo inter-religioso.
Um deles acabou por receber um raspanete do seu responsável: “Khalid, não me queiras deixar envergonhado neste lugar sagrado; por favor, os comentários bizarros são aqui dispensados”.
Eu não me fiz rogado: “professor, não se preocupe; este vosso aluno está a falar de uma questão que toca o centro da fé cristã”.
O jovem, finalmente à vontade, exprimiu em clara e alta voz, aquilo que lhe ia na alma:
- “Nós sabemos que a cruz é coisa de cristãos. Não é que algum dia tivesse duvidado da minha fé islâmica. Como muçulmano, sei que Issa {aleihi elsalam (=a paz esteja com ele)} não foi crucificado mas sim arrebatado directamente ao Paraíso. No entanto, neste momento acho-me confuso. O crucifixo que vejo à minha frente e ao tamanho natural, faz-me muita impressão”.
Enquanto o jovem estudante fazia a sua intervenção, pensamentos como relâmpagos atravessavam a minha mente. Seria este um dos momentos do “encanto” do Crucificado que, por vezes, sentimos através do seu Espirito? O Khalid não me perguntou porque é que aquele homem se deixou pregar numa cruz. Eu tão pouco saberia responder-lhe. De facto, não tem mesmo explicação humana. Faz parte do insondável mistério de Deus que veio ter connosco a esta terra, “rebaixando-se até à morte e morte de cruz”. Coisa de que só o amor de Deus é capaz.
A Biblia fala-nos da tolerância e paciência de Deus, tema apreciado também pelo islão. Um dos 99 atributos ou mais belos nomes de Deus escritos no Alcorão é precisamente: El Sabur (=infinitamente paciente). Ninguém é excluído da Salvação oferecida por meio de Jesus Cristo Crucificado. Mas não é próprio de Deus queimar etapas, sendo o seu estilo preferido não forçar o ritmo das suas criaturas. A seu tempo acontecerá. Eu acredito nesse milagre.
Ao despedir-me do Khalid, disse-lhe a sós: não fiques a cismar na crucifixão. Deixa-te encantar (e não só impressionar) pelo Crucificado! Para aqueles que O contemplam com olhos de fé, a sua morte gera Vida. Não uma (vida) passageira e mesquinha mas sim de valor divino, como a d ‘Ele. A condizer precisamente com o teu lindo nome, Khalid: eterno e glorioso.
São os alunos maiores do ensino básico de uma escola privada de Nyala, em visita de estudo à igreja católica. Uma iniciativa que honra aquele estabelecimento escolar oferece aos cépticos uma prova concreta em favor do diálogo inter-religioso.
Um deles acabou por receber um raspanete do seu responsável: “Khalid, não me queiras deixar envergonhado neste lugar sagrado; por favor, os comentários bizarros são aqui dispensados”.
Eu não me fiz rogado: “professor, não se preocupe; este vosso aluno está a falar de uma questão que toca o centro da fé cristã”.
O jovem, finalmente à vontade, exprimiu em clara e alta voz, aquilo que lhe ia na alma:
- “Nós sabemos que a cruz é coisa de cristãos. Não é que algum dia tivesse duvidado da minha fé islâmica. Como muçulmano, sei que Issa {aleihi elsalam (=a paz esteja com ele)} não foi crucificado mas sim arrebatado directamente ao Paraíso. No entanto, neste momento acho-me confuso. O crucifixo que vejo à minha frente e ao tamanho natural, faz-me muita impressão”.
Enquanto o jovem estudante fazia a sua intervenção, pensamentos como relâmpagos atravessavam a minha mente. Seria este um dos momentos do “encanto” do Crucificado que, por vezes, sentimos através do seu Espirito? O Khalid não me perguntou porque é que aquele homem se deixou pregar numa cruz. Eu tão pouco saberia responder-lhe. De facto, não tem mesmo explicação humana. Faz parte do insondável mistério de Deus que veio ter connosco a esta terra, “rebaixando-se até à morte e morte de cruz”. Coisa de que só o amor de Deus é capaz.
A Biblia fala-nos da tolerância e paciência de Deus, tema apreciado também pelo islão. Um dos 99 atributos ou mais belos nomes de Deus escritos no Alcorão é precisamente: El Sabur (=infinitamente paciente). Ninguém é excluído da Salvação oferecida por meio de Jesus Cristo Crucificado. Mas não é próprio de Deus queimar etapas, sendo o seu estilo preferido não forçar o ritmo das suas criaturas. A seu tempo acontecerá. Eu acredito nesse milagre.
Ao despedir-me do Khalid, disse-lhe a sós: não fiques a cismar na crucifixão. Deixa-te encantar (e não só impressionar) pelo Crucificado! Para aqueles que O contemplam com olhos de fé, a sua morte gera Vida. Não uma (vida) passageira e mesquinha mas sim de valor divino, como a d ‘Ele. A condizer precisamente com o teu lindo nome, Khalid: eterno e glorioso.
Feliz mccj, Nyala
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