Música por Darfur
Cerca de três dezenas de artistas juntaram ontem as suas vozes num acanhado estúdio de Lisboa para gravar a versão portuguesa do tema ‘Frágil’, um original assinado por Sting. Objectivo: ajudar o povo de Darfur, a braços com um genocídio que se prolonga desde 2003 e que já provocou 450 mil mortos (dados revelados por instituições não governamentais).
O disco – cuja saída está prevista para Novembro – não custou um cêntimo: aqui, até o estúdio foi cedido gratuitamente, mas Miguel Cardoso, da ‘Campanha Por Darfur’ diz não ter qualquer ideia sobre o possível impacto do disco no mercado. “Podemos vender 100 mil cópias, podemos vender 10 mil... É um cenário que não consigo prever e que só depende da generosidade dos portugueses. Espero ser surpreendido pela positiva”, conclui.
Entre Dany Silva e Mafalda Sachetti, Carlos Moisés (líder da Quinta do Bill) ou Fernando Tordo, foi uma autêntica parada de estrelas, à qual poucos faltaram: Herman José, que não pôde ir ontem, canta esta manhã, e a vez de Lúcia Moniz chega terça-feira. Mas ninguém quis deixar de participar numa iniciativa tão meritória. Fernando Tordo confidenciou que é em momentos destes que questiona tudo. “Quando acontecem desgraças como a de Darfur, perguntamo-nos se Deus existe, e espero, muito sinceramente, que uma causa com esta nobreza mobilize muita gente”, afirmou.
Vestidas as camisolas alusivas à Campanha, a gravação fez-se rapidamente, com os grupos que iam chegando (o estúdio era pequeno demais para todos). Alguns afinadinhos – como Carlos Vidal (Avô Cantigas) ou o Padre Borga – outros nem por isso. À porta, Zé Diogo (dos Gato Fedorento) avisou: “Eu vou lá para trás e faço playback!”.
in Correio da manhã
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