Condenação!
Igreja na China
Leio esta manhã, numa agência noticiosa católica, que o “Vaticano condena as ordenações episcopais na China”. Ora o Vaticano não condena. E ainda bem!
Ok. Nós sabemos o que se passa na China a nível eclesial, as relações entre o Vaticano e o país com maior população do mundo. Sabemos que tem havia algum diálogo para as ordenações dos bispos da Igreja Patriótica Chinesa. Sabemos de algumas dificuldades por que passa a Igreja clandestina chinesa para se manter em comunhão com Roma…
O que me parece exagerado é o termo “condena”.
Fui então ver o comunicado de imprensa do Vaticano. Em lado nenhum se fala de condenação. Consultei outros jornais e em nenhum encontrei tal palavra. Fala-se sim de “uma grave violação da liberdade religiosa”; de “profunda tristeza”, do Papa Bento XVI, o que é normal e legítimo, de “uma grave ferida para a unidade da Igreja”. O Vaticano exige o respeito "da liberdade da Igreja e da autonomia das suas instituições”, espera que “não sejam repetidas tais actos inaceitáveis de violência e coacção”, e manifesta mais uma vez “a sua própria disponibilidade para um diálogo honesto e construtivo com as competentes autoridades chinesas para encontrar soluções que satisfaçam as legítimas exigências de ambas as partes”. Mas jamais de condenação.
Então porquê utilizar a palavra “condena”? “Eu vim para salvar e não para condenar” – nem preciso pôr a citação bíblica. Creio que a mensagem e o testemunho evangélico e cristão, hoje, têm que passar por uma grande reformulação da linguagem que utilizamos. Cabe a cada um de nós de fazer esses esforço de actualização.
1 Comments:
Obrigado pela explicação de uma coisa que tb me estava a dar alguma confusão pelo facto de tb ter ouvido dizer que a igreja condenou as ordenaçoes desses bispos. Abraço.
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