Reinventar o Natal

Usurpação

Quando eu era criança na escola, lembro-me de a professora nos mandar escrever uma carta ao menino Jesus para lhe pedirmos um presente.
No último dia de aulas do primeiro trimestre lá vinha ela carregada de presentes, supostamente enviados pelo menino Jesus, que distribuia a cada um segundo o pedido feito. Algumas vezes não aparecia o pedido mas havia sempre um outro a substituir.
Hoje mudou. Parece que é ao pai natal que incumbe esta tarefa. Ainda não sei se o serviço foi delegado ou usurpado. Também não sei se o menino está contente com isso, nem se nós ficámos a ganhar com a mudança.
Cá para mim, mantenho uma restea de esperança: o pai natal ramente tem conseguido entrar nas casas. Vejo-o mais pendurado nas varandas, chaminés, janelas. Lá dentro parece que o menino ainda é rei (ou será a àrvore?!).
Mas no dia em que nas nossas casas o pai natal substituir o menino Jesus, então poderemos começar a reinventar o natal porque de nascimento já não haverá muita coisa.

Certamente não se celebra um natal de um senhor “velho e gordo” que já não precisa de ninguém.

O Natal para muitos já não é o nascimento de alguém (menino Jesus) mas a passagem de alguém (pai natal). É muito diferente: o Menino fica, o pai natal passa. Assim ninguém nos chateia.

Em todo o caso, para todos vós,

Feliz natal