Férias

A vida continua

É tempo de férias. Também o J&M está de férias.
É tempo de descanso, reflexão e preparação para o próximo ano.
No entanto:
A campanha pelo dafur continua.

Visitem também www.pordarfur.org

ou http://plataformafrica.blogspot.com

ou http://solidariopordarfur.blogspot.com

A conta por Darfur continua aberta. Basta ver a conta na coluna esquerda deste blog.
Continuam as actividades de informação, sensibilização e angariação de fundos para o projecto através da venda de t’shirts e outros materiais. Este mês de Agosto já estivemos presentes em Arganil, Portimão, Vide (serra da estrela), Vila Pouca de Aguiar. No próximo domingo estaremos em Penude (Lamego).

Ficam para meditação algumas palavras do P. Feliz Martins, no Darfur, a braços com problemas com as autoridades:

Um militar aproximou-se de mim ontem, na rua, dizendo que me conhecia bem de alguns anos atrás quando estive em El Fasher, no West Darfur, durante 5 anos. Diz que se interessa pelo meu bem e que desta vez a coisa não tem mediadores como da outra vez teve. Referia-se ao conflito que houve nesses tempos entre mim e o comandante geral do exército em El Fasher, em que este fez todos os possíveis para me expulsar do Sudão e para tal efeito enviou ordens com provas (falsas) e testemunhas (falsas) às autoridades em Cartum. Só que em Cartum havia um amigo cristão empregado muito influente no departamento de estrangeiros que soube do caso e não descansou enquanto não rasgou a “página negra” (assim chamam aqui estes casos) que continha o meu caso de expulsão iminente dos pais. Apareceu morto, um mês depois...Quem sabe a causa? Não deram chance de investigação, tendo sido tudo coberto pelos maiores do exército, que tinham e têm mão tão poderosa como o governo. Eles são o governo.

O comandante geral que estava comigo antes em El Fasher agora foi transferido aqui para Nyala, o mesmo acontecendo a este militar (que desconheço completamente) que me falou ontem. Ele também ajudou desde, El Fasher, para que a página negra fosse anulada. Encontrando-se agora aqui, voltou a estar perto dos grandes no exército e vai sabendo de muitas coisas não oficiais mas que vão falando “seriamente” entre eles. O dito comandante sabe que eu estou aqui em Nyala e repetiu (não oficialmente mas a coisa é dada por certa) a decisão de aquando em El Fasher. Numa palavra o “veredicto” é que quando eu me ausentar de Nyala (e só me posso ausentar para ir a Cartum), que não me seja permitido o regresso. Agora, diz-me ele, não haverá possíveis intermediários. O soldado-cabo que ontem me falava assim na rua não deixou quaisquer indicações, percebendo eu claramente que não quer ser identificado.

A Igreja sudanesa sempre pediu e insistiu com os missionários para não se exporem sem grave necessidade e que tenham cuidado em não se deixarem enganar pelas autoridades do pais, pois é mais que sabido que elas fazem todos o possíveis para que nós, missionários, deixemos o país. A não ser que nos arranquem de aqui pela forca. Ora eu não quero dar-lhes esta orportunidade. Porque, na realidade, quem pagaria as consequências são os cristaos, que ficam sem os missionários. É isto que devemos ter em conta na nossa vida de missionários porque estamos aqui para servir a Igreja e o povo de Deus.

P. Feliz Martins, Nyala - Darfur